O jogo decorreu sob um domínio avassalador do SCA (97% de posse de bola), que imprimindo sempre um ritmo elevadíssímo conseguiu criar inúmeras oportunidades de golo (15 a 20). O Grupo de Jovens de Lisboa respondeu como pôde, e passada a fase inicial em que o nervosimo (certamente motivado pelo facto dos seus jogadores estarem perante alguns dos seus ídolos) condicionou as sua acções, conseguiu ultrapassar por algumas vezes a linha de meio campo. Em duas dessas ocasiões acabou por chegar ao golo, aproveitando o facto do SCA ter, de acordo com o seu plano de preparação, programado partir em desvantagem para a 2ª mão, onde pretende trabalhar uma das variantes do seu jogo, a goleada.
Está pois anunciada uma estrondosa vitória do SCA no próximo confronto (brevemente agendado) com estes jovens alfacinhas.
Deixamos também aqui algumas notas acerca da prestação dos nossos atletas nesta partida:
Zé Carlos - Sempre seguro, com destaque para a sua preocupação com eventuais teias de aranha na pequena área (1º golo) e para um passe notável. a meio da 1ª parte, que permitiu...isolar um adversário.
Zé Ganço - Mais uma vez impressionou pela sua velocidade, conseguindo sempre chegar quase a tempo de desarmar o adversário ou ligeiramente atrasado para centrar. Impôs-se no jogo aéreo.
Nuno Palaio - Fez valer a sua experiência, adivinhando-se um breve regresso à competição. A prová-lo estão as fífias disfarçadas na 1ª parte e a forma como acabou o jogo em grande estilo desarmando por duas um senhor de 60 anos que já estava a pensar no borrego. Destaque também para a marcação de um livre perigoso que obrigou o GR adversário a ir buscar a bola...atrás da baliza.
Paulo Dias - Prevaleceu a sua polivalência mostrando-se distraído a defender e muito activo no ataque estando em 9 das 15 oportunidades golo criadas pela equipa. Teve ainda tempo para trocar umas amenas palavras com um adversário, acerca da temática do fora de jogo.
Ramiro - Demonstrou que já não é o jogador duro e faltoso de que tantas vezes era acusado, como demonstra a distância (sempre 5 a 10 metros) a que sempre se colocou face aos adversários. Utilizado no meio campo ainda durante a 1ª parte apresentou semelhanças físicas e técnicas com João Vieira Pinto... sempre que o jogo esteve interrompido.
Lino - A sua habitual facilidade em jogar ao 5º, 6º, 7º, 8º, 9º... toque veio ao de cima na rápida circulação de bola que a equipa patenteou. Fez ainda uso da sua versatilidade quando ocupou o flanco direito do ataque, fazendo vibrar as centenas de sócios presentes com um magnífico, e bem ao seu jeito, centro para o celeiro.
Guerreiro - Apresentando-se mais "musculado" foi o motor do meio campo conseguindo lançar alguns ataques...da equipa adversária. Conseguiu ainda perder quase todas as bolas de cabeça para os "altos" centro-campistas adversários. Teve azar quando tentou fazer um passe atrasado para um companheiro que estava isolado, acertando na barra.
Luis Fava - Um dos gémeos "Balboa" da equipa justificou a cobiça de que é alvo por parte do seu clube de origem, o Grupo Desportivo da Tourega. Colocado na direita do ataque foi sempre um perigo para si próprio fazendo uso dos seus dois pés esquerdos.
Galvão - Demonstrou em pleno as suas reconhecidas virtudes tácticas. A partir da esquerda procurou muitas vezes zonas interiores conseguindo alto rendimento ao nível da perdas de bola. Nota para um magnífico remate que tirou tinta a um dos postes...que segura a vedação.
Nuno 45 - Destaque para dois remates. Uma tentativa de derrubar o muro do lado sul e outro "fortissimo" tiro que quase obrigava o guarda-redes a baixar-se para defender com as mãos. Exemplificou ainda muito bem o longo e duro aquecimento da equipa antes do jogo fazendo várias corridas com bola de uma lateral à outra.
Veríssimo - Um exemplo de como se deve tratar bem os convidados, como comprova o passe que fez ao guarda-redes no início do jogo. Mostrou ainda notáveis indíces físicos, conseguindo a notável marca de 9 minutos e 17 segundos em campo, sem se lesionar.
Marco Caracol - Jogou a 2ª parte em grande estilo levando várias boladas e fazendo uma ou duas defesas de bolas que iam... para fora. Excelente a repor a bola em jogo com seu tradicional pontapé vertical, conseguindo sempre colocar a bola onde não estav nenhum companheiro.
Paulo Fiscal - Depois de antes do jogo assinar mais um contrato publicitário com uma conhecida marca de cevada líquida, alinhou na direita da defesa conseguindo exibição de relevo. A prova-lo estão os dois golos do jogo nesse período. Não utilizou o seu famoso pontapé uma vez preferiu não arriscar problemas com o tacho do ensopado que entretanto fervia na Sede. Sempre muito ofensivo, ultrapassou a linha de meio campo...uma vez.
Quim Mário - Aproveitando o terreno seco, logo, a ausência de poças de água, esteve em bom plano fazendo-se notar pela sua passada larga na perseguição aos adversários. Esteve sempre no caminho da bola, tentando (e falhando) vários cortes com o pé que tinha mais à mão.
Paulo Maurício - Notável visão de jogo, devendo realçar-se a sua capacidade para, por duas vezes, colocar a bola no antigo balneário, onde um pedreiro se encontrava completamente isolado. Sempre muito rápido, foram dele alguns centros...para as mãos do GR adversário.
Mário Belga - Tal como Veríssimo mostrou a importâencia do treino e do aquecimento, jogando a alta velocidade quase 7 minutos, antes de dar lugar aos mais novos sob o pretexto de uma lesão. Enquanto jogou foi importante para a manutenção da posse de bola do opositor.
Zé Luis Bagão - Fez dupla com Manel da Ronha... a quase todos os níveis. A sua temível capacidade de cruzamento quase fazia estragos, mas não é possivel centar sem dominar a bola de vez em quando. De qualquer modo o seu pé esquerdo não fica nada atrás do do seu sobrinho Fava.
Manel - Em grande forma física, brilhou no flanco esquerdo e mais ainda no flanco direito do adversário. Na retina ficaram uma protecção de bola ao bom estilo Neo Zelandês e a inteligente frase " vai tu para ali que dás conta dele!".
Simões - Este treinador / jogador não deixou os seus créditos por mãos alheias, patenteando grande confiança nos seus jogadores, como prova um vigoroso sprint ate à linha de golo enquanto o GR Zé Carlos foi apanhar o boné.
Zé Água - O outro gémeo "Balboa" esteve também em grande nível fazendo uso do seu porte atlético. Conseguiu por várias vezes pensar em centrar e chegou mesmo a lembrar-se de rematar por uma vez. Manteve a sua incrivel média de golos por jogo ao serviço do SCA. Comemorou de forma efusiva uma das duas vezes em que tocou na bola, retirando-se do campo a libertar um som gregoriano.
Jerónimo - A dinâmica do costume. Empolgou as bancadas com o seu habitual futebol elegante e explosivo. Sempre perigoso, foi brutalmente derrubado na área quando corria isolado para a bandeirola de canto. Será muito naturalmente titular na 2ª mão.
Padeirinha - Um regresso em pleno apresentando-se totalmente recuperado e ao nível de sempre. Notou-se a sua preocupação em deixar brilhar os colegas, optando por não se mexer. Sempre que não conseguiu passar despercebido e a bola foi ter consigo despachou-a imediatamente numa de "toma lá a batata quente". Fez ainda um arranque espectacular de cerca de... 1 metro... que permitiu aos visitantes iniciarem uma jogada que acabou com uma bola no poste...mas perfeitamente controlada pelo nosso GR.
Saudações Desportivas,
António Padeirinha
Bem... Agrada me a escrita fluente e acutilante do jornalista na forma como comenta a atitudes dos jogadores.
ResponderEliminarPorém estranhei a ausência de comentários relativamente ao juiz da partida!É frequente no nosso país colocar o Enfase do jogo na acção do árbitro. De qualquer forma aqui fica o meu apreço à sua envergadura física, que mesmo de negro deixa adivinhar saliências, fruto de alguma falta de preparação, por certo...
Ass: Uma fã